Empresas americanas e européias, como a Cargill, Tyson, Danone e Nestlé, que antes dominavam o mercado mundial de alimentos, agora estão sofrendo concorrência de conglomerados como COFCO, da China; Olam, de Cingapura; Savola e Almarai, da Arábia Saudita, e JBS, do Brasil. "Um relatório recente da Unctad apontou que sólidos 40 por cento das fusões e aquisições no campo da produção agrícola no ano passado foram Sul-Sul. Para falar claramente, a indústria de alimentos de amanhã na África será largamente incrementada por capital brasileiro, chinês e do Golfo Arábico". E mais: os novos donos de terras agrícolas em todo o mundo são fundos de ações, fundos de hedge, fundos de pensão e grandes bancos, especialmente dos EUA e Reino Unido (mas também de países como a China, Coréia do Sul - cujas empresas arrendaram metade das terras aráveis de Madagascar -, Arábia Saudita e Egito), que estão aplicando bilhões de dólares em terras de cultivo. Todas essas informações estão em artigo da revista especializada Grain, em inglês, em http://www.grain.org/front/.
Muitas vezes com ajuda de seus governos, empresas de diferentes países estão comprando terras no estrangeiro, especialmente na África, para produção para exportação. Empresas de Cingapura e da Suazilândia, por exemplo, subarrendaram terras arrendadas pelo governo das Ilhas Maurício em Moçambique, para plantar arroz para o mercado mauriciano. "'Meu chefe quer criar a primeira Exxon Mobil do setor de cultivo', disse Joseph Carvin, do Fundo Mundial de Agricultura da Altima Partners, para uma platéia de agroinvestidores globais em junho de 2009. Não é de admirar, portanto, que governos, o Banco Mundial e a ONU queiram se associar a isso. Mas não é coisa deles", e sim das empresas privadas. Também o megainvestidor George Soros aconselha investir em terras no estrangeiro, o que não é de admirar, dada a queda dos investimentos financeiros por causa da crise econômica mundial. Os alvos são terras na África, Ásia, América Latina e no ex-bloco soviético.
A nova situação foi descrita como "exportação da insegurança alimentar" por um líder da Sinergia Camponesa do Benin, antigo Daomé.
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