5 de novembro de 2009

TENDÊNCIA DOS SALÁRIOS DAS MULHERES É DE AUMENTAREM

Especialistas em Bolsas do mundo inteiro estão aconselhando os investidores a comprarem ações de empresas de comercialização e fabricação de produtos para mulheres, pois as rendas destas tendem a aumentar no futuro previsível em relação à dos homens. A informação é dos jornalistas Mara Lucchesi e Carlos Alberto Sardemberg, no programa CBN Brasil da Rádio CBN.
Aqui temos de levar em conta que as mulheres recebem menos do que os homens por igual trabalho (em quantidade e qualidade), não por causa de uma conspiração, mas por causa dos pressupostos da economia real. O salário não paga o trabalho e sim a força de trabalho, isto é, o salário paga os gastos necessários para a produção e a reprodução da força de trabalho, que incluem a sobrevivência da pessoa em condições adequadas para a função que exerce. Ao longo dos séculos, estabeleceu-se que o salário de um homem devia suprir, além da sobrevivência dele, também a de sua mulher e seus filhos. Se um filho ia trabalhar e fosse maior, pressupunha-se que ele tinha constituído família. Se uma mulher ia trabalhar, fosse a esposa do trabalhador, fosse sua filha, pressupunha-se que seu marido ou seu pai já ganhava o suficiente para sustentá-la e ela necessitava apenas de um complemento para as despesas necessárias para ir trabalhar (trajes, condução, estudo, aperfeiçoamento técnico, etc.). Essa pressuposição era confirmada pelo fato de que a mulher efetivamente aceitava, pelo mesmo trabalho, um salário que seu pai, marido ou irmão não aceitaria. Agora que o próprio conceito de família está mudando, e que é cada vez mais frequente o lar só com mulher e filhos, ou só com uma pessoa, esse pressuposto já começa a mudar e, a longo prazo, os salários de homens e mulheres pelo mesmo trabalho tendem a ficar mais iguais, aumentando os das mulheres e diminuindo os dos homens. Assim se explica a previsível transferência de renda de homens para mulheres noticiada por Lucchesi e Sardemberg. - Renato Pompeu

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