22 de setembro de 2011

Tremer pode ser doença

A revista Carta Capital recentemente me encomendou a seguinte resenha:

A mulher que


tremia demais



Nesse “A mulher trêmula ou Uma história dos meus nervos”, lançado pela Companhia das Letras, a escritora americana Siri Hustvedt, de ascendência norueguesa, conta como passou a sofrer de um estranho mal que a levava a repentinamente ficar tremendo de maneira incontrolável. O livro pode ser útil para quem padece da mesma doença, mas também pode ser lido com proveito por leitores e leitoras que queiram conhecer mais a fundo as agruras a que os seres humanos são sujeitos. A primeira vez que tremeu violentamente foi ao fazer numa pequena cidade do Estado de Minnesota um discurso em memória do pai, professor de cultura norueguesa, falecido mais de dois anos antes. Mal começou a falar e ficou tremendo agitadamente pelo corpo todo, do pescoço para baixo. A escritora, que sofria crises de dor de cabeça desde a infância, tendo chegado a ser hospitalizada por causa disso, sofreu outra tremedeira algum tempo depois, também em público. A partir daí e sujeitada a várias outras crises, ela se pôs a pesquisar infatigavelmente o que a psiquiatria e a neurologia tinham a dizer sobre seu problema. Descobriu que, no século 19, ele seria diagnosticado como “histeria” e, no século 20, como um distúrbio de conversão. Fez um mapeamento eletrônico de seu cérebro e não se descobriu nada. Ela discute as várias teses, e parece ter uma preferência pelas explicações freudianas, embora afirme que a teoria de Freud tem muitas imperfeições. Detalhe importante: ela diz que nunca perdeu a consciência ou a lucidez durante os tremores. – RENATO POMPEU

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