Recentemente o Diário de S. Paulo me encomendou a seguinte nota:
A novela “Um jogador”, de Fiodor Dostoievski
Entre a edição de seus grandes romances “Crime e Castigo” e “Os Demônios”, o escritor russo Fiodor Dostoievski (“Fiodor” é a forma russa de Teodoro) publicou em 1867 a pequena novela “Um jogador”, centrada no jogo de roleta no cassino de um balneário da Europa Central. O irônico é que o próprio Dostoievski escreveu esse livro para obter dinheiro para pagar suas dívidas de jogo de roleta no cassino de um balneário da Europa Central. O narrador é Alexei, empregado da família de um general russo que hipotecou suas propriedades na Rússia para pagar dívidas de jogo a um nobre francês. Alexei é preceptor da jovem Polina (forma russa de Paulina) e se apaixona por ela, que o despreza mas dele se aproveita para melhorar as finanças da família, mandando-o apostar na roleta, pela primeira vez em sua vida, no cassino do balneário. Com a sorte dos principiantes, Alexei ganha muito dinheiro e se torna, como o general, um viciado em jogo. O general espera o falecimento de uma parenta idosa para receber a herança, mas a parenta – chamada de Avó – chega ao balneário, diz que ninguém vai herdar nada dela e passa a apostar na roleta, perdendo milhares de rublos. Alexei tenta novamente aproximar-se de Polina, mas esta lhe diz que está apaixonada por um inglês também estabelecido no balneário. Tendo passado a perder no jogo, Alexei pede dinheiro ao inglês – sua humilhação final – e se prepara para voltar a apostar. A novela não tem a profundidade psicológica das grandes obras de Dostoievski, mas descreve com intensidade o frenesi pelo jogo, que ele conhecia bem. (Renato Pompeu)
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