Em artigo publicado a 2 de julho pelo jornal The Independent de Londres, o jornalista Johann Hari, j.hari@independent.co.uk, afirma que as instituições financeiras Goldman Sachs e Merrill Lynch, mais o banco alemão Deutsche Bank, lucraram fabulosamente a partir da especulação com alimentos que, em fins de 2006, originou o aumento do preço do trigo em 80 por cento, do milho em 90 por cento e do arroz em 20 por cento. Isso levou à desnutrição e à fome mais 200 milhões de pessoas em todo o mundo, o que ocasionou ondas de protestos em trinta países. Essas pessoas se somaram ao bilhão que já passava fome cronicamente.
Hari argumenta que, em 2006, os grandes especuladores financeiros saíram do mercado imobiliário americano, que havia entrado em colapso, e transferiram seus fundos para o ramo de alimentos, que iam ou manter ou aumentar os preços em meio a uma economia mundial que ia se estagnar. Foram seguidos por investidores assustados em todo o mundo. "Então, enquanto a oferta e a procura de alimentos permaneceram em alto grau as mesmas, a oferta e a procura por derivativos baseados em alimentos subiram massivamente", e essa alavancagem causou o aumento brutal de preços e a fome. "A bolha só estourou em março de 2008, quando a situação ficou tão má nos Estados Unidos que os especuladores tiveram de cortar os gastos para cobrir as perdas em casa".
O jornalista informa que procurou a Goldman Sachs, a Merrill Lynch e o Deutsche Bank, para que comentassem o assunto, mas não obteve resposta.
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