O jornal World Socialist publicou em http://wsws.org/articles/2011/apr2011/goto-a22.shtml, em inglês, a seguinte nota sobre a condenação, por terem participado da expulsão de 200 mil sérvios da região da Krajina, de dois líderes militares croatas pelo Tribunal Internacional que está processando acusados de crimes de guerra na Iugoslávia:.
'A condenação de Gotovina e Markac lança mais luzes a respeito do papel do governo dos EUA na Operação Tempestade e sua responsabilidade pelo que foi descrito como a maior ação de limpeza étnica durante as Guerras dos Bálcãs. Durante o julgamento, ficou claro que funcionários americanos estavam em contato constante com o governo croata, encorajando a ofensiva militar num período em que estava em vigência um cessar-fogo da ONU. Esses funcionários sabiam que provavelmente seriam cometidos crimes de guerra. O governo Clinton também aprovou o treinamento de forças croatas e forneceu inteligência e apoio aéreo. Nenhum funcionário ou político americano foi processado, nem é provável que isso aconteça".
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26 de abril de 2011
14 de novembro de 2010
Romance sobre a tragédia dos Bálcãs
A revista Carta Capital há poucos meses me encomendou a seguinte resenha:
Kadaré e a angústia
No angustiado romance “O acidente”, agora publicado no Brasil pela Companhia das Letras, dois anos depois da edição francesa, o escritor albanês radicado na França Ismail Kadaré, 74 anos, famoso por “Abril despedaçado”, mistura a temática imemorial do amor mesclado de ternura e agressividade com a temática imediata das recentes guerras nos Bálcãs. O romance abre com um acidente de carro em que morreu um casal de albaneses e procura retraçar a trajetória daquele homem e daquela mulher desde que se conheceram até o momento de sua morte, em meio aos horrores dos conflitos étnicos. Kadaré, que estudou sob o regime comunista em Tirana e em Moscou, começou publicando poesia, mas em 1963 passou a publicar romances em seu país, dos quais dois foram proibidos pelas autoridades comunistas: “O monstro” (1965) e “O palácio dos sonhos” (1980). Ele se considerava, não um “dissidente”, mas um “resistente” e, em meio à crise final do comunismo, se asilou na França em 1990. Agora, em “O acidente” traduzido diretamente do albanês por Bernardo Joffily, ele apresenta uma trama fascinante e aterrorizante entremeada de massacres físicos entre etnias e dos talvez igualmente assustadores massacres psicológicos entre amantes, uma trama trabalhada e retrabalhada artisticamente para ir se revelando aos poucos, como se fosse um espelho aos pedaços. Às angústias próprias da trama, se junta a inquietação do leitor, que lê sofregamente para entender, afinal, o que aconteceu. Assim, a leitura em si chega a ser angustiante, a par dos acontecimentos relatados. – RENATO POMPEU
Kadaré e a angústia
No angustiado romance “O acidente”, agora publicado no Brasil pela Companhia das Letras, dois anos depois da edição francesa, o escritor albanês radicado na França Ismail Kadaré, 74 anos, famoso por “Abril despedaçado”, mistura a temática imemorial do amor mesclado de ternura e agressividade com a temática imediata das recentes guerras nos Bálcãs. O romance abre com um acidente de carro em que morreu um casal de albaneses e procura retraçar a trajetória daquele homem e daquela mulher desde que se conheceram até o momento de sua morte, em meio aos horrores dos conflitos étnicos. Kadaré, que estudou sob o regime comunista em Tirana e em Moscou, começou publicando poesia, mas em 1963 passou a publicar romances em seu país, dos quais dois foram proibidos pelas autoridades comunistas: “O monstro” (1965) e “O palácio dos sonhos” (1980). Ele se considerava, não um “dissidente”, mas um “resistente” e, em meio à crise final do comunismo, se asilou na França em 1990. Agora, em “O acidente” traduzido diretamente do albanês por Bernardo Joffily, ele apresenta uma trama fascinante e aterrorizante entremeada de massacres físicos entre etnias e dos talvez igualmente assustadores massacres psicológicos entre amantes, uma trama trabalhada e retrabalhada artisticamente para ir se revelando aos poucos, como se fosse um espelho aos pedaços. Às angústias próprias da trama, se junta a inquietação do leitor, que lê sofregamente para entender, afinal, o que aconteceu. Assim, a leitura em si chega a ser angustiante, a par dos acontecimentos relatados. – RENATO POMPEU
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