6 de maio de 2010

As mortes na Grécia

Na lista de notícias americana marxism, surgem informações sobre a morte de três trabalhadores em incêndio em banco em Atenas que são pouco divulgadas pela mídia. O colisteiro Anthony Hartin, anthony.hartin@desy.de, divulga que o sindicato dos bancários, que decretou greve de luto, culpou o governo grego pelas mortes, pois teria sido o pacote de cortes de salários e aumento de impostos que gerou os protestos que redundaram no incêndio do banco. Já Stuart Muckton, stuartmunckton@gmail.com, informa que um funcionário do banco argumentou que a agência não contava nem com equipamentos contra incêndio, nem com equipes treinadas para combater as chamas. E Dan Koechlin, d.koechlin@wanadoo.fr, lançou dúvidas sobre a versão alardeada pelo governo e pela mídia, e assumida num site anarquista por um anônimo, de que o incêndio foi provocado por coquetéis Molotov (garrafas cheias de gasolina) lançados por manifestantes. Segundo Koechlin, um incêndio semelhante em Atenas, há três décadas, com várias mortes, foi atribuído a anarquistas, mas depois ficou provado que tinha sido provocado por bombas de gás lacrimogêneo lançadas por policiais

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Coincidentemente, recebi esse email: Segue a mensagem da Elfi Spyridaki, uma amiga dos tempos de Frankfurt, que estava participando das manifestações que mataram três pessoas em Atenas, esta semana:

"Uma grande greve aconteceu no dia cinco de maio. Mais de 100 mil pessoas cercaram o parlamento grego, tentando invadi-lo. Todos estavam revoltados e frustrados com a situação que nós estamos prestes a enfrentar. Em toda a Grécia, as pessoas marcharam contra as novas medidas que foram votadas por membros do parlamento. Como você sabe, nosso futuro está hipotecado no FMI e na União Europeia. Mas a grande guerra foi marcada por um trágico incidente: a morte de três caixas no banco Marfin, em uma rua muito central de Atenas.
Desde o início, o Estado e a Media tentaram tirar vantagem desse incidente, falando sobre “anarquistas encapuzados” e subestimando o movimento massivo da população contra o Estado e o Capital. Tentaram aterrorizar as pessoas, ao ordenar que os policiais usassem extrema violência contra os manifestantes.
Eu, como uma participante desses protestos, sinto muito pelo o que ocorreu com eles. Entendo que os atos de violência praticados por pessoas isoladas estão condenados a terminar em eventos trágicos, como esse último, e a serem usado pelos capitalistas e seus lacaios para reprimir a revolta do povo. Eu acredito que esse tipo de incidente poderia ser manifestado até pelo próprio Estado. Há muito fatos que apontam nessa direção:

Os empregados do banco foram ordenados pelo dono, Genopoulos, a não fazerem greve ou qualquer outra coisa, senão seriam demitidos. Enquanto uma verdadeira batalha estava acontecendo em toda Atenas, eles receberam ordens de permanecer em um prédio que certamente seria atacado (já que os bancos são os principais alvos). Um prédio sem nenhuma segurança, sem saída de emergência e aonde eles estavam TRANCADOS, seguindo ordens de seus supervisores. Quando o edifício foi atacado, muitos manifestantes tentaram ajudar, mas eles foram impedidos pelos policiais. A Mídia chegou a dizer que os manifestantes ridicularizaram os funcionários, que riam da cara deles, fazendo os manifestantes parecerem verdadeiros monstros.

Eu espero que essas sejam as últimas vítimas pelas quais lamentamos. Nós estamos prontos para lutar contra os instigadores do crime, que são o Estado e os capitalistas que são responsáveis por centenas de acidentes mortais em locais de trabalho. Nós honramos os que morreram ao continuar lutando. Eles eram alguns de nós".

[Detalhe: sou uma estudante de Jornalismo na ECA, onde você conversou conosco sobre Edição Jornalística na quarta :]