Na revista americana de esquerda Monthly Review, em http://mrzine.monthlyreview.org/2011/varoufakis170511p.html, em inglês, o economista Yanis Varoufakis lembra que o ex-dirigente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, tinha planos para tornar o Fundo bem mais favorável aos países em dificuldades e aos países pobres em geral e bem menos favorável aos grandes interesses no mundo. Afinal, Strauss-Kahn declarou, numa entrevista à BBC em janeiro última:
"Nunca antes uma instituição como o FMI foi tão necessária como hoje. Keynes, há sessenta anos, já prvia o que era necessário, mas era cedo demais. Agora é hora de fazer isso. E acho que estamos prontos para fazer isso!"
E Varoufakis comenta:
"Isso foi, na minha opinião, uma declaração programática bombástica, vinda de um diretor-gerente do FMI. A que ele se referia? Estava, certamente. se referindo ao forte argumento de Keynes (no contexto da conferência de Bretton Woods em 1944), de que um sistema de taxas de câmbio fixo não podem durar muito tempo sem um mecanismo automático que trata (a) superávits comerciais sistemáticos e (b) déficits comerciais sistemáticos com os dois lados da mesma moeda problemática.
"A recomendação de Keynes foi de que, para lidar com o efeito desestabilizador de déficits e superávits, o mundo necessitava de um mecanismo que reequilibrasse o sistema por meio da trasferência dos superávits dos países superavitários para os paises deficitãrios. Em suma, o mundo necessitava de um Mecanismo de Reciclagem de Superávits (MRS)".
Como se vê, se Strauss-Kahn tivesse continuado à frente do Fundo, interesses muito poderosos teriam sido afetados.
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