30 de abril de 2013

Indústria têxtil: desastre em Bangladesh não é novidade

Artigo de M.T. Anderson no jornal The New York Times, em http://www.nytimes.com/2013/04/30/opinion/bangladeshs-are-only-the-latest-in-textile-factory-disasters.html?_r=0, em inglês, prova que, nos últimos 200 anos, a insegurança nas fábricas têxteis não mudou em intensidade, apenas foi migrando de região para região na medida em que, em cada local, as trabalhadoras se organizavam, fugindo então as empresas para regiões em que as trabalhadoras não estavam organizadas. Em 1860, 88 pessoas morreram e 116 ficaram feridas quando desabou a fábrica de Pemberton Hill, em Lawrence, no Estado americano de Massachusetts. A indústria foi se mudando para mais ao Sul e em 1878 uma explosão destruiu a fábrica Washburn em Minneapolis; em 1905 houve a catástrofe da Grover em Brockton, Massachusetts; em 1911 um incêndio destruiu a fábrica Triangle, em Nova York. O ciclo desde então é sempre o mesmo: as fábricas recém-instaladas atraem moças de regiões rurais miseráveis, as décadas se passam, as condições de trabalho se agravam, as trabalhadoras se organizam e os patrões buscam novas populações miseráveis onde conseguir mão-de-obra dócil e barata. Nos EUA, quando as anglo-saxãs se organizaram, os patrões recrutaram irlandesas, depois franco-canadenses e italianas e assim por diante. A partir de meados do século 20 esse jogo se mundializou e passou do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul.

Nenhum comentário: