1 de dezembro de 2013
A educação no novo século - 3
Neuropsiedu3
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Na geração seguinte dos ancestrais das três disciplinas que se “casaram” para dar nascimento à nova Ciência da Mente, Cérebro e Educação, no século 16, o italiano Leonardo da Vinci e o belga André Vesálio dissecaram, desenharam e batizaram as partes do cérebro humano, conscientes de que, sem termos comuns de referência e sem vocabulário comum, é impossível comparar descobertas. No século 17, o arquiteto inglês Christopher Wren usou de toda a sua técnica apurada – ele criou a Catedral de São Paulo em Londres – para desenhar imagens mais perfeitas das partes do cérebro humano. Nesse mesmo século, o filósofo francês René Descartes (“Penso, logo existo”) estabeleceu como grande meta do ser humano o que se tornaria até hoje uma meta fundamental dos educadores: desenvolver ao máximo a capacidade de pensar. Já para os fins do século 17, o filósofo inglês John Locke defendeu que os educadores deveriam estimular os alunos a refletirem sobre os seus próprios métodos de pensar, conselho que se procura cumprir ainda hoje.
A essa altura, já tinha começado no Ocidente (as pioneiras foram a Noruega e a Dinamarca e em seguida as cidades maiores em outros países), a partir do século 16, a laicização do ensino, monopolizado até então, desde a Idade Média, pela Igreja Católica. No Oriente, enquanto em países islâmicos já havia escolas laicas desde o século 10.o, o ensino continuou a ser dado em templos e mosteiros, como no Japão e Índia, mas a par de aulas de religião e teologia, havia disciplinas como aritmética, medicina, astronomia e direito. Na América Inglesa, as escolas confessionais predominaram até 1750, mas depois, os Estados Unidos seguiram a tendência europeia de progressiva laicização.
Impostos para sustentar o ensino público foram instituídos já em 1693 na Escócia e em 1837 nos Estados Unidos. Nos fins do século 19, o ensino público universalizado e compulsório se tornou a norma na França e no Japão, e isso se estenderia nos anos 1920 à União Soviética, nos anos 1950 à China, nos anos 1960 à América Latina, mas até hoje não se estendeu à África. Tudo isso criou problemas novos para a educação, milenarmente destinada a públicos reduzidos e homogêneos: como educar tanta “gente diferenciada”? Foi precisamente para enfrentar esses novos desafios que nasceu, a partir de 125 anos atrás, a pedagogia, ou seja, a ciência da educação, um dos três membros do casal formado há tão pouco tempo e que acabou de dar à luz a nova Ciência da Mente, Cérebro e Educação.
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