Não sou de modo nenhum favorável ao regime do Irã, que reprime trabalhadores, estudantes e as forças progressistas em geral até com matanças na rua e condenações à morte de presos políticos. Acho que o governo brasileiro deveria ser mais crítico em relação a essas violações dos direitos humanos por parte do governo iraniano.
Mas, como jornalista profissional, não posso deixar de notar que a grande imprensa mundial em geral e a grande imprensa brasileira em particular erraram feio nas suas avaliações sobre a Cúpula Nuclear Mundial. Todos os especialistas insistiam em que o governo brasileiro estava inteiramente isolado em relação à sua preferência de negociações, e não de sanções, para encaminhar o problema criado pelo desenvolvimento nuclear do Irã. E em que a própria China estava a favor das sanções, de modo que o Brasil estava desempenhando um papel ridículo. No fim, foi o que se viu: a China, como o Brasil, sempre preferiu negociações a sanções contra o regime iraniano e o próprio presidente Obama aceitou em princípio negociar. O Brasil saiu engrandecido do episódio.
Sou totalmente contra a proliferação nuclear e totalmente a favor do desarmamento nuclear de todos os países. Porém, para mim ficou de novo claro que o governo brasileiro acertou e a grande mídia, particularmente a brasileira, errou.
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