10 de novembro de 2010

Uma avaliação isenta sobre o cristianismo

Há pouco tempo a revista Carta Capital me encomendou a seguinte resenha:

O cristianismo, por um cético



Lançado no original francês em 2007 e agora publicado no Brasil pela Civilização Brasileira, tendo ganhado o Prêmio do Senado da França, o livro “Quando nosso mundo se tornou cristão (312-394)”, do não-crente e ex-comunista Paul Veyne, hoje com 80 anos, é ao mesmo tempo favorável e desfavorável ao cristianismo. Apresenta uma visão bastante positiva de Constantino, o Grande, o primeiro imperador romano cristão, que se teria convertido sinceramente ao cristianismo, religião que Veyne apresenta como superior, ética e teologicamente, às religiões então existentes no Império Romano, como os vários paganismos e o judaísmo. Constantino, entretanto, não teria perseguido nem os pagãos, nem os judeus, não os tendo obrigado a mudar de religião. Simplesmente o fato de ter sido legalizado o cristianismo, que pôde se organizar em episcopados, é que levou a conversões em massa, pois o cristianismo era mais atraente do que as outras religiões e simplesmente não conquistara grande número de adeptos até então porque era perseguido e pouco difundido. Mas atenção: Veyne adverte, no final, que a Europa não tem “raízes cristãs”: o que julgamos como civilização européia é originado de um conglomerado de condições, cada uma dessas condições não suficiente, e nem mesmo necessária, para conformar o “ser europeu”. – RENATO POMPEU

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