4 de outubro de 2009

Reavaliando o marxismo

Em http://www.marxists.org/, encontramos o Arquivo Marxista da Internet, com centenas de textos de dezenas de autores ligados de alguma forma à tradição inaugurada por Marx, em dezenas de línguas, entre elas o português. Clicando para ver as obras em português, encontramos obras de 77 teóricos e militantes, em ordem alfabética do sobrenome, do brasileiro Fúlvio Abramo ao russo Andrei Zhdanov, cuja grafia mais correta em português seria Jdanov. Estou lendo o Arquivo com mais obras, aquele em inglês, onde se encontram muito mais autores, tanto que perdi a conta. Estou lendo os autores em ordem alfabética do sobrenome e, de cada autor, as obras pela ordem em que constam do arquivo.
O primeiro artigo é do americano Martin Abern, de 1934, "Fundamentos de uma Liga da Juventude Comunista". É uma convocação, sem maiores pretensões teóricas e curta, para a organização de um movimento trotskista nos EUA da Grande Depressão e do New Deal, a política anticrise e de bem-estar social do presidente Franklin Roosevelt. Assim começa o artigo: "A oportunidade para construir um movimento da juventude revolucionária nos Estados Unidos está à mão como nunca esteve antes. Nem são especialmente inéditas as dificuldades para uma organização comunista de massa. Os Clubes Espártaco da Juventude já em existência em numerosas cidades dos Estados Unidos são o trabalho de base a partir do qual se pode avançar na tarefa de mobilizar números crescentes da juventude operária e estudantil na luta de classe cotidiana e para o comunismo.
"Nesta tarefa, a organização stalinista da juventude, a Liga do Jovem Comunista, fracassou redondamente. Os Comunistas Internacionais (nome que Abern dá aos trotskistas), se é que se pode tornar real a muito necessária organização de massa da juventude, vão ter de preencher a necessidade".
Não precisamos acrescentar que as esperanças de Abern não se cumpriram, nem podemos deixar de notar que estavam muito mais próximas de uma fé religiosa do que de uma avaliação científica da realidade. Mas teremos de voltar a falar de outros autores, para ver se descobrimos se o marxismo em geral ainda tem futuro.

Nenhum comentário: