15 de outubro de 2009

Você pergunta e o Renatão responde - a primeira é sobre o MST

Você pode enviar, pelo comentários, qualquer pergunta, que o Renatão tentará responder. A primeira pergunta, enviada pelo correio eletrônico, é de Carlos Chammas, médico em Cruzeiro-SP. Ele pede para eu fazer um comentário sobre o MST. Sobre essa questão, digo o seguinte: aqueles que fazem críticas ao MST, por exemplo, pelo fato de muitos assentados viverem em condições piores do que as dos acampados; sobre muitos assentados venderem suas terras e irem para outros acampamentos; sobre muitos sem-terra cometerem outras irregularidades, como o desmatamento ilegal; sobre a pequena agricultura de subsistência ser um anacronismo no século 21 - tudo bem, vocês podem ter razão em muitos casos. Mas qual a alternativa que propõem a essas centenas de milhares ou mesmo milhões de pessoas? Ficar tudo como está e proibir o MST? Deixar que o livre mercado resolva a questão da sobrevivência digna dos seres humanos? Se forem estas duas últimas as respostas, continuo apoiando firmemente o MST, com todas as suas dificuldades.

5 comentários:

Cristiane Larsen Rocha disse...

Renatão, parabéns por saltar pra quinta! Então te pergunto, por que a Sociedade Civil Organizada não se une com o Poder Executivo e Cientistas, a fim de unir os esforços e recursos, otimizando-os ao máximo? Assim pouco de cada um aumentaria o bolo... Se disser que é pela incapacidade de ser honesto que certos seres humanos possuem, discordo. O tempo e o movimento já trouxeram a 5a dimensão, o que significa Sistemas interligados e em tempo real... Por quê?

Renato Pompeu disse...

Cara Cristiane, acho que a Sociedade Civil Organizada não tem uma atuação mais eficaz simplesmente porque não está organizada pela base; sim apenas em algumas cúpulas. Assim, mesmo que a SCA queira ter a funcionalidade que você preconiza, ela é organicamente incapaz de concretizar isso.
Abraços do
Renato

Unknown disse...

Oi Renato. E o que você acha da CPI do MST? Não é melhor o governo federal permitir que se instaure a CPI de uma vez e, se for o caso de as irregularidades não serem tão graves (como defende o Tarso Genro), deixar que a investigação mostre que está tudo certo?
E o que você acha de termos 2 ministérios pra assustos da terra? Acha viável apenas um? Ou seja, agronegócio e agricultura familiar sendo conduzidos juntamente?
Obrigado.

Unknown disse...

Caro Renato,penso que o livre mercado nunca se preocupará com isso. É claramente uma questão de Estado, complexa, de difíl resolução, ainda que as palavrinhas mágicas "reforma agrária" possam parecer simples. Tem de haver uma enorme vontade política para isso,e, desgraçadamente, não tem havido,quer seja por parte dos governos ou por parte da sociedade civil organizada. Todos nós, de uma forma ou de outra, temos nossa parcela de culpa.
Quanto aos últimos incidentes ocorridos em Yaras, uma questão não quer calar:Quem é, de direito, o proprietário daquelas terras? A União ou a Cutrale?
Um abraço. Carlos Chammas.

Renato Pompeu disse...

Caros Tiago e Carlos, só posso responder a uma pergunta: em princípio, acho que toda CPI que tenha recebido o número regimental de assinaturas deve ser instalada. Não tenho experiência administrativa para decidir se é melhor ter um ou mais ministérios para lidar com a agricultura. Também não sei dizer se as terras de Yaras são da União ou da Cutrale. Só sei dizer que a versão de que são da União está recebendo pouco destaque na grande mídia.