13 de maio de 2013

A importância oculta dos negros

A revista Carta Capital me encomendou a seguinte resenha: Esqueça pelo menos parte do que você aprendeu sobre a consagração dos direitos à vida, à liberdade e à busca da felicidade como um dos princípios fundadores do movimento que levou à independência dos Estados Unidos. O historiador britânico Simon Schama, 66 anos, célebre não só por ter coordenado séries televisivas pela BBC, como também por ter sido crítico de arte da revista “The New Yorker”, prova neste livro de 2005, “Travessias difíceis – Grã-Bretanha, os escravos e a Revolução Americana”, agora publicado no Brasil pela Companhia das Letras, que os independentistas lutaram contra negros que se alinharam às tropas britânicas porque na Grã-Bretanha a escravidão era ilegal. E também que a Coroa ofereceu terras na Nova Escócia, no Canadá, e em Serra Leoa, na África, aos escravos fugidos que lutassem por ela. Mais: que a Coroa esteve longe de cumprir a sua palavra, mesmo porque, como havia ingleses senhores de escravos, uma minoria de negros lutou pela independência dos EUA. A leitura é obrigatória, mesmo porque é um estímulo para finalmente especularmos se a Independência do Brasil não teve como motivação a manutenção da escravidão, já que era proibida em Portugal, e se a República não foi aqui proclamada porque o governo imperial, após a Abolição, planejava outorgar terras aos recém-libertos. – RENATO POMPEU

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