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2 de julho de 2013

São Paulo: da exploração de escravos à exploração de italianos

Resenha encomendada pela revista Carta Capital: As metamorfoses da exploração - Já virou costume observar que a cultura brasileira está longe da efervescência que teve nos anos 1960 e mesmo durante o regime militar. Mas um campo em que as discussões são agudas e muito proveitosas é o da história do Brasil, em que estão surgindo novas gerações de autores de obras importantes. Um exemplo é esse livro “Mercadores de braços – Riquezas e acumulação na organização da emigração europeia para o Novo Mundo”, do doutor em história econômica pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade Estadual Paulista em Assis-SP, Paulo Cesar Gonçalves, publicação da Alameda. Trata-se de um rigoroso levantamento mostrando que, além de a exploração do escravismo colonial ter possibilitado a chamada acumulação primitiva de capital na Europa e nas Américas, também os lucros provenientes do recrutamento, transporte e colocação de imigrantes italianos no Estado de São Paulo, na passagem do século 19 para o século 20, serviram para capitalizar companhias de navegação e seus armadores, ferrovias, empresas de colonização, agenciadores de mão de obra, e até órgãos governamentais, tanto no Brasil como na Itália. Em outras palavras, as diferentes faces da exploração pré-capitalista dos braços dos imigrantes europeus serviram para dinamizar o capitalismo tanto na Europa como nas Américas, o Brasil incluído. – RENATO POMPEU

13 de maio de 2013

A importância oculta dos negros

A revista Carta Capital me encomendou a seguinte resenha: Esqueça pelo menos parte do que você aprendeu sobre a consagração dos direitos à vida, à liberdade e à busca da felicidade como um dos princípios fundadores do movimento que levou à independência dos Estados Unidos. O historiador britânico Simon Schama, 66 anos, célebre não só por ter coordenado séries televisivas pela BBC, como também por ter sido crítico de arte da revista “The New Yorker”, prova neste livro de 2005, “Travessias difíceis – Grã-Bretanha, os escravos e a Revolução Americana”, agora publicado no Brasil pela Companhia das Letras, que os independentistas lutaram contra negros que se alinharam às tropas britânicas porque na Grã-Bretanha a escravidão era ilegal. E também que a Coroa ofereceu terras na Nova Escócia, no Canadá, e em Serra Leoa, na África, aos escravos fugidos que lutassem por ela. Mais: que a Coroa esteve longe de cumprir a sua palavra, mesmo porque, como havia ingleses senhores de escravos, uma minoria de negros lutou pela independência dos EUA. A leitura é obrigatória, mesmo porque é um estímulo para finalmente especularmos se a Independência do Brasil não teve como motivação a manutenção da escravidão, já que era proibida em Portugal, e se a República não foi aqui proclamada porque o governo imperial, após a Abolição, planejava outorgar terras aos recém-libertos. – RENATO POMPEU

12 de setembro de 2011

Trabalho escravo também na Inglaterra

Nota da agência britânica BBC, em http://www.bbc.co.uk/news/uk-england-beds-bucks-herts-14878624, em inglês, relata que, num camping da região do Bedfordshire, a Polícia local encontrou 24 homens de 17 a 57 anos, malnutridos, com má saude e obrigados a trabalhar sem pagamento, alguns até desde há 15 anos atrás. Tratava-se de britânicos, lituanos, letões, poloneses e romenos. Deles, nove se recusaram a testemunhar contra os patrões e a cooperar de qualquer modo com a Polícia. Cinco patrões e funcionários pagos foram detidos, acusados de exploração de trabalho escravo.