2 de julho de 2013
São Paulo: da exploração de escravos à exploração de italianos
Resenha encomendada pela revista Carta Capital:
As metamorfoses
da exploração
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Já virou costume observar que a cultura brasileira está longe da efervescência que teve nos anos 1960 e mesmo durante o regime militar. Mas um campo em que as discussões são agudas e muito proveitosas é o da história do Brasil, em que estão surgindo novas gerações de autores de obras importantes. Um exemplo é esse livro “Mercadores de braços – Riquezas e acumulação na organização da emigração europeia para o Novo Mundo”, do doutor em história econômica pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade Estadual Paulista em Assis-SP, Paulo Cesar Gonçalves, publicação da Alameda. Trata-se de um rigoroso levantamento mostrando que, além de a exploração do escravismo colonial ter possibilitado a chamada acumulação primitiva de capital na Europa e nas Américas, também os lucros provenientes do recrutamento, transporte e colocação de imigrantes italianos no Estado de São Paulo, na passagem do século 19 para o século 20, serviram para capitalizar companhias de navegação e seus armadores, ferrovias, empresas de colonização, agenciadores de mão de obra, e até órgãos governamentais, tanto no Brasil como na Itália. Em outras palavras, as diferentes faces da exploração pré-capitalista dos braços dos imigrantes europeus serviram para dinamizar o capitalismo tanto na Europa como nas Américas, o Brasil incluído. – RENATO POMPEU
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