7 de novembro de 2013
Fotos da Amazônia, por McIntyre
Do Diário do Comércio de São Paulo
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Imagens de uma tarde na Amazônia,
pelo grande fotógrafo McIntyre
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Renato Pompeu
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Lindíssimas e preciosas fotografias de uma tarde na Amazônia, mostrando sua natureza exuberante e índios e índias perfeitamente saudáveis que nunca saíram da floresta em suas vidas, são apresentadas no luxuoso álbum de pequeno formato “Na floresta, uma tarde”, lançado pela Terra Virgem Editora. São trabalhos de um dos mais famosos fotojornalistas do mundo no século 20, o americano Loren McIntyre (1917-2003), que se consagrou como fotógrafo especializado na América do Sul nas páginas de publicações como a célebre “National Geographic”. Além de pelas suas maravilhosas fotos, ele terá a sua memória para sempre ligada à história da Amazônia, por ter descoberto em 1971 a nascente do rio Amazonas mais distante de sua foz, numa laguna, no Peru, batizada como Laguna McIntyre.
Ele nasceu em Seattle, no Estado de Washington, à beira do Pacífico. Foi lá, passando sua infância junto a um arborizado parque da cidade, que começou a se interessar pela Amazônia, ao ler reportagens sobre o desaparecimento, nos anos 1920, do coronel britânico Percy Fawcett, durante expedição na selva amazônica, no Brasil. Esse interesse o levou a se formar em Estudos Latino-Americanos pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Logo em seguida, ingressou na Marinha Mercante americana, em que navegou por todo o mundo, e, durante a Segunda Guerra Mundial, na Marinha de Guerra, tendo participado de combates navais no Pacífico.
Finda a guerra, recebeu a missão de colaborar com a Marinha de Guerra peruana, onde foi capitão consultor em bombardeios. Ingressou então na Universidade São Marcos, em Lima, em que se graduou em Etnologia, Língua Espanhola e Língua Portuguesa. Reformado como oficial, continuou morando no Peru, tendo sido em 1952 um dos fundadores de uma companhia cinematográfica de Lima, em que foi produtor, roteirista e diretor, ao mesmo tempo que trabalhava em projetos conjuntos de desenvolvimento entre os governos do Peru e dos Estados Unidos.
Em 1966, aos 49 anos, começou a carreira de fotojornalista, na “National Geographic”, com a publicação de uma reportagem especial sobre a Bolívia, ilustrada por 47 fotos. Acabou colaborando em cerca de quinhentas revistas, entre elas as famosas “Time” e “Life”, sempre com fotos sobre a América do Sul, principalmente sobre a Amazônia brasileira. Em 1971, aos 54 anos, foi o chefe de uma expedição patrocinada pela “National Geographic” para encontrar as nascentes do rio Amazonas. Encontrou as nascentes nas águas provenientes da neve derretida do monte Nevado Mismi, na região do Apurimac, no Peru, que dão origem ao rio Quebrada Cahuarsanta, primeiro nome do Amazonas, a 6.400 quilômetros de sua foz. A Laguna McIntyre tem 30 metros de diâmetro e fica a quase 6 mil metros de altura.
Nos últimos anos de sua vida, voltou para os Estados Unidos, radicando-se em Arlington, no Estado da Virgínia, mas vinha frequentemente ao Brasil para trabalhar. Publicou numerosos álbuns fotográficos, o primeiro em 1975, sobre os incas, que vendeu 800 mil exemplares. Como nas fotos do livro agora lançado, usou filmes da Kodak, Ekta e Fuji, sempre mostrando uma sensibilidade e um empenho que as elevaram de registros bem documentados para obras de arte de caráter nitidamente pictórico. As fotos do novo álbum foram escolhidas por Roberto Linsker.
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