6 de novembro de 2013
Houellebecq, bêbado e fedorento
Da Carta Capital
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Houellebecq, a
estrela da vez
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Se boa parte dos intelectuais brasileiros entra em êxtase quando algum colega estrangeiro critica o Brasil, também boa parte dos intelectuais e artistas franceses gosta quando é satirizada por algum deles próprios. Assim se explica o êxito crítico inusitado do romance “O mapa e o território”, do polêmico escritor Michel Houellebecq, agora lançado no Brasil pela Record. Com esse livro, Houellebecq, acostumado a sucessos de vendas com seus textos, até então, por muitos críticos, considerados de mau gosto, até escatológicos, conseguiu em 2010 o sacrossanto Prêmio Goncourt, embora tenha sido acusado de apresentar como seus trechos da Wikipédia. Trata-se de uma sátira ao mundo das artes de Paris, com a citação de personagens reais, até mesmo do próprio autor, apontado como bêbado e fedorento. Desta vez, não há cenas de sexo patológico, mas a descrição da trajetória de um grande nome do “grand monde” que começou como fotógrafo de lugares constantes dos mapas do Guia Michelin. Se esse romance, o mais ambicioso de Houellebecq, pode não ter alcançado o status almejado de aferição do atual “estado das coisas” na França, a sua repercussão alcançou plenamente o objetivo. – RENATO POMPEU
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