5 de novembro de 2013
O Herzog de Bellow
Da revista Carta Capital
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Herzog, meio
século depois
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Exatamente 47 anos após o lançamento do original em inglês em 1964, a Companhia das Letras relança o romance “Herzog”, do escritor americano nascido no Canadá Saul Bellow (1915-2005), agora com prefácio do seu colega Philip Roth. Por coincidência, 47 anos é a idade do personagem-título quando começa a história, assim como era a idade de Bellow quando escreveu o livro. Aliás, o livro em grande proporção é baseado na própria vida do autor. Trata-se, como é marca de Bellow, das agruras de um próspero judeu de meia-idade, cuja segunda mulher tem um caso com um amigo do casal, com o qual passa a viver, abandonando Herzog, que ela pretende internar numa clínica psiquiátrica, e levando com ela a sua filha com Herzog, cuja guarda ele pretende readquirir. No entanto, essa trama, algo convencional, é transportada ao nível da grande literatura, pois grande parte do livro consta de cartas que Herzog nunca escreve, mas que imagina mandar para uma série de pessoas, contando também de seu primeiro casamento, de seu próprio caso fora do casamento e em geral da angústia da vida urbana contemporânea. Bellow costumava dizer que as pessoas não se dão conta de que convivem muito mais com suas próprias ideias do que convivem com o mundo externo. E é isso que seu livro retrata: as progressivas imaginações de Herzog. O autor já era consagrado internacionalmente quando lançou o livro, mas este é considerado por muitos críticos como a sua principal obra. – RENATO POMPEU
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