13 de novembro de 2013

Trabalho de História: liberdade de imprensa

A partir da vinda da Família Real para o Brasil em 1808, se instaurou a imprensa no Brasil, antes aqui proibida pela legislação colonial. Duas primeiras iniciativas foram importantes: o lançamento da “Gazeta do Rio de Janeiro”, órgão oficial do governo, e o lançamento, em Londres, do “Correio Braziliense”, fundado por Hipólito José da Costa para difundir ideias liberais no Brasil. Cumpre notar que, no mesmo momento que liberou a imprensa, o governo real lançou a Censura Régia, que devia examinar previamente todas as publicações no País. Isso, é claro, não atingia o “Correio Braziliense”. Com o tempo, porém, mesmo porque ocorria a agitação e a propaganda em torno da independência, especialmente após a Revolução do Porto em Portugal, que exigia a volta do controle do Brasil por Portugal, com o retorno da Família Real, e um regime constitucional, a Censura Régia passou a ser ignorada. Dezenas e dezenas de jornais surgiram em diferentes cidades do País, atacando a possibilidade da restauração da soberania de Portugal sobre o Brasil, mas igualmente exigindo a instauração de um regime constitucional. Foi uma época, até a Independência, de extrema liberdade de imprensa. No entanto, com a Independência, paradoxalmente, se tendo fortalecido o Poder Central, os jornais e jornalistas que emitiam opiniões heterodoxas ou que publicavam notícias desagradáveis para o Poder Imperial, passaram a ser perseguidos e punidos, os jornais com o fechamento; os jornalistas, com a prisão e a deportação. Também paradoxalmente, os debates na Assembleia Constituinte sobre liberdade de imprensa foram dominados por discursos na maioria contrários a essa liberdade, mas, depois de o imperador Dom Pedro 1.o ter dissolvido a Constituinte e nomeado notáveis que iriam redigir uma Carta Outorgada, estes foram muito mais liberais do que os deputados eleitos. O inciso IV do Artigo 179 dessa Constituição Outorgada de 1824, inciso referente à imprensa, declarou: “IV. Todos podem communicar os seus pensamentos, por palavras, escriptos, e publical-os pela Imprensa, sem dependencia de censura; com tanto que hajam de responder pelos abusos, que commetterem no exercicio deste Direito, nos casos, e pela fórma, que a Lei determinar.” Assim, durante o período constitucional do Império, de 1824 a 1889, os jornais foram livres para atacar até a monarquia, a escravidão e a Igreja Católica, os três pilares do regime. Apesar de a proporção de usuários da imprensa entre a população ser muito menor do que a de hoje, a difusão de ideias e opiniões era muito mais diversificada do que ocorre hoje, em que a grande mídia difunde o chamado Pensamento Único.

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