5 de dezembro de 2013

A educação no novo século - 6

Neuropsiedu6 - Outro psicólogo educacional, Lev Vigotski, tão “humanista” quanto Piaget, faz parte das correntes que desembocaram na Ciência da Mente, Cérebro e Educação. Suas teorias sobre o chamado desenvolvimento proximal – segundo a qual num grupo sempre há alguém que sabe mais sobre algum assunto, e o conhecimento se difunde pelo grupo – , sobre se há “universais” no cérebro ou se tudo depende da cultura, e sobre a “voz interna”, que debate se é possível ou não pensar sem palavras, são alvo de pesquisas até hoje em neurociência, psicologia e educação. Seu discípulo, o neuropsicólogo Aleksandr Luria, estabeleceu que há no cérebro vários sistemas de memória, isto é, não há uma memória única onde todas as lembranças ficam “armazenadas”. Nos anos 1980 Jerome Brunner confirmou que os diferentes circuitos neurais dos vários tipos de memória podem funcionar tanto em separado como se sobrepondo uns aos outros – por exemplo, um cheiro pode fazer lembrar visualmente onde esse cheiro foi sentido tempos atrás. Na passagem dos anos 1950 para os anos 1960, Mark Rosenzweig e Marion Diamond, examinando o cérebro de ratos, tentaram verificar se o ambiente, mais “rico” estimula ou não um maior desenvolvimento cerebral, e se isso afeta, favorável ou desfavoravelmente, o aprendizado. Hoje se acredita, conforme consta da página .., que o ambiente “rico” testado nos laboratórios é bastante semelhante ao ambiente “normal” dos ratos, como por exemplo os esgotos. Diz a dra. Tracey: “Apesar desse novo conhecimento, há uma indústria milionária em dólares dedicada a treinar pais e professores para projetarem ambientes ‘enriquecidos’”. Mas em seguida ela admite que o debate sobre o assunto ainda prossegue, de modo bem polêmico, porém chama a atenção que o debate maior é sobre a definição de “ambiente enriquecido”. William Greenough estabeleceu que o cérebro pode, a partir da experiência de cada indivíduo, criar novas redes neuronais e sinápticas, isto é, nem tudo depende da genética cerebral. Greenough julgou ter comprovado que, o que é um ambiente “enriquecido” para um indivíduo, pode não funcionar como “enriquecido” para outro – a já antiga constatação de que cada aluno é diferente dos outros. A Faculdade Dartmouth, nos EUA, foi uma das primeiras a reunir, em 1968, as pesquisas sobre mente, cérebro e educação nos seus programas de pós-graduação, e, em 1990, nos currículos regulares de graduação. Nos Estados Unidos, a maioria dos programas semelhantes surgiu já no século 21, embora desde 1970 Michael Posner tenha escrito cerca de 250 trabalhos sobre atenção e memória, sendo um dos pioneiros da Ciência da Mente, Cérebro e Educação.

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