15 de dezembro de 2013

Romance policial brasileiro sobre espionagem empresarial

Da Carta Capital - O Brasil civiliza-se - A frase “Enfim, o Brasil civiliza-se” esteve em voga entre os intelectuais cariocas durante a reforma urbanística do Rio de Janeiro no início do século 20. Mas pode ser aplicada à fruição do agradável e envolvente romance místico-policial-empresarial “A morte tudo resolve”, de autoria do advogado e grande especialista em direito sucessório e familiar Luiz Kignel, bem conhecido nos meios jurídicos paulistanos, editado pela Alameda. É uma obra de Primeiro Mundo, bem atual: muito bem escrita, reúne a religiosidade, particularmente a religiosidade judaica; uma investigação intricada e intrigante, de que é encarregado o narrador, o advogado paulistano Thomas Lengik (o sobrenome é o mesmo sobrenome, invertido, do autor), e uma complicada trama em torno de espionagem empresarial. Além disso, o suspense é permanente, o leitor sempre ansioso para saber o que vai acontecer no próximo parágrafo e mesmo na próxima frase. A única peninha é um ataque isolado e gratuito, a propósito de um personagem secundário, aos estudantes de 1968, apontados como rebeldes sem causa que não tomavam banho, o que soa ominoso particularmente no Brasil das torturas e assassínios de jovens militantes durante o regime militar. De resto, no seu gênero, o livro é perfeito e digno de mentes civilizadas. – RENATO POMPEU

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