7 de dezembro de 2013
A educação no novo século - 8 - final
Neuropsiedu8
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Nos anos 1990 foram surgindo centros de pesquisa de ponta em neurociência e suas aplicações, como o Centro de Neurociência na Universidade de Oxford e o Instituto Max Planck para Ciência Cognitiva e Cerebral Humana. No fim da década educadores anglo-saxões passaram a exigir que os neurocientistas demonstrassem a aplicabilidade de suas descobertas nas salas de aula, tendo em mente cada aluno individualmente. Surgiram manuais de algumas aplicações, um deles publicado pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, além dos currículos para alfabetização Fast ForWord e RAVE-O, desenvolvidos por neurocientistas e aplicados com êxito desde então nos Estados Unidos.
Instituições como o Programa de Mente, Cérebro e Educação da Escola Graduada de Educação da Universidade de Harvard e a Escola de Educação da Universidade Johns Hopkins ajudaram a fazer a ponte entre pesquisas de neuropsicologia educacional, neurociência e pedagogia e os estudos propriamente da nova Ciência da Mente, Cérebro e Educação. A Universidade de Harvard lançou em 2001 seu Programa de Mestrado em Mente, Cérebro e Educação. No entanto, a par dos avanços científicos, também surgiam nos EUA discussões pseudocientíficas sobre, por exemplo, “52 técnicas de estimular o cérebro para pensar melhor”.
A topografia óptica introduzida pela Hitachi permitiu visualizar as alterações do fluxo sanguíneo no cérebro conforme os circuitos neurais são acionados. A nova ciência se desenvolvia, já no século 21, não só nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, mas também na França, Bélgica, Japão, Espanha... Em 2004 surgiu a Sociedade Internacional de Mente, Cérebro e Educação, de sigla em inglês Imbes. Em 2006 já estava em funcionamento o Instituto da Universidade de Oxford para o Futuro da Mente. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que congrega os 30 países mais ricos do mundo, lançou em 2007 um livro que consagrava a nova ciência, “O nascimento de uma ciência do aprendizado”. Naquele mesmo ano foi lançada a revista especializada “Mind, Brain and Education Journal”.
Em 2010 já havia milhares de especialistas na nova disciplina, e, tão importante quanto isso, se tornaram correntes as advertências contra os riscos de se cair no determinismo biológico e a favor de dar tanta importância à mente quanto ao cérebro. Ou seja, a nova ciência já está madura para ser aplicada – e aqui surge a oportunidade do Brasil de saltar etapas e pular imediatamente de seu histórico atraso educacional para o que há de mais inovador em educação.
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