Os escravos
de Tiradentes
A revista Carta Capital publicou recentemente a seguinte nota de minha autoria:
Praticamente em sua totalidade, os brasileiros acreditam que seu maior herói, Tiradentes, era apenas um humilde alferes (cabo, na atual hierarquia militar) que suplementava seu parco soldo arrancando dentes dos outros, como prático de odontologia. No entanto, o historiador paulista André Figueiredo Rodrigues, no livro “A fortuna dos inconfidentes – Caminhos e descaminhos dos bens de conjurados mineiros”, publicado pela Editora Globo, demonstra com documentos que Tiradentes era proprietário de terras agrícolas e de mineração e tinha pelo menos cinco escravos. Rodrigues documenta ainda que inconfidentes como Alvarenga Peixoto, bem conhecidos como poetas, ou como Bárbara Heliodora, eram donos de grandes fortunas. Tanto que parte dessas riquezas foram parar nas mãos de funcionários da Justiça da Coroa, que facilitaram as coisas para quase todos os réus – menos Tiradentes, literalmente o menos afortunado. Vista por esse ângulo, a história dos inconfidentes é uma história de sonegações e subornos. – RENATO POMPEU
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