9 de abril de 2013

Opinião de Felipe Dias Carrilho sobre o romance "A saída do primeiro tempo", de Renato Pompeu, de 1978

Em 06/09/2012 16:34, Felipe Carrilho < felipe.carrilho@gmail.com > escreveu: Olá, Renato Pompeu, Segue o meu texto no corpo do e-mail. Avise-me, por favor, dos acontecimentos referentes à nova publicação. Um abraço, Felipe. Felipe Carrilho Produto da sociedade inglesa do século 19, o futebol adentrou o Brasil com estatuto de passatempo aristocrático. Restrito aos clubes amadores, foi então exaltado pelos nossos intelectuais enquanto elemento constitutivo de virtudes como a disciplina e a higiene corporal. A sua popularização, porém, veio acompanhada de tensões sociais. À medida que se mostrava acessível aos trabalhadores e aos negros – há pouco ainda submetidos à escravidão –, o futebol se tornou alvo de críticas por parte da intelectualidade. Foi árduo, portanto, o percurso histórico que garantiu direitos trabalhistas aos jogadores, na década de 1930, e que depois transformou o Brasil no “país do futebol”, com as conquistas das Copas de 1958, 62 e 70. No final dos anos 1970, enquanto a maior parte dos nossos cientistas sociais ignorava o futebol como objeto de análise acadêmica e o movimento democrático tendia a rotulá-lo de “ópio do povo”, Renato Pompeu, então um jovem jornalista, publicava um livro inovador. A Saída do Primeiro Tempo é um romance cujo tema central é o futebol nas suas diversas implicações, históricas, econômicas e sociais. Por meio de imagens insólitas, o leitor é conduzido aos descaminhos do “espectro da Ponte Preta”, personagem central, e símbolo da chama contestadora que por vezes acomete o coração dos moradores de Campinas, alterando a sua percepção do mundo. Narrativa de tom onírico, com forte apelo sensorial, encontra no cotidiano conservador da cidade paulista a amostragem ideal para dimensionar o potencial transformador do futebol. Na esteira dessas possibilidades, um intelectual, espécie de alter ego do autor, elabora uma tese filosófica sobre esse esporte, impressionante na acuidade da análise e na beleza e humor da estética literária. Muitas das proposições acadêmicas atuais sobre o futebol que vêm a público com sabor de novidade já haviam sido, ao menos, prenunciadas por Renato Pompeu neste romance. Ler A Saída do Primeiro Tempo, portanto, além de uma atividade imensamente prazerosa, é um exercício obrigatório para quem deseja entender melhor o fenômeno do futebol, no Brasil e no mundo. -- Felipe Dias Carrilho Historiador e autor do livro Futebol, uma janela para o Brasil - As relações entre o futebol e a sociedade brasileira, assina também a coluna Jogo de Classe do site Escrevinhador.

Um comentário:

Unknown disse...


“A VITÓRIA PERTENCE AO MAIS PERSEVERANTE..
“O SUCESSO É A SOMA DE PEQUENOS ESFORÇOS”...

Parabenizo e homenageio por meio deste o ESCRITOR FELIPE DIAS e toda equipe pelo lançamento do livro “O LIVRO DE HÉLIO”. Parabéns pelo EXCELENTE TRABALHO, DETERMINAÇÃO E PROFISSIONALISMO, realizado neste belíssimo trabalho e um brinde pelo SUCESSO! O potencial de trabalho de vocês é de grande valor para a comunicação brasileira. Recebam esta singela homenagem com meus sinceros votos de muitas realizações e planos futuros. Desejo nestas poucas palavras votos de muita SABEDORIA, CONHECIMENTO, ENTENDIMENTO e principalmente DISCERNIMENTO em todos os seus caminhos e muitos DIAS, SEMANAS, MESES E ANOS DE FELICIDADE E PROSPERIDADE, SAÚDE, PAZ, AMOR e que Deus estenda às mãos e acrescente 100 por cento de juros em cima de tudo isso.

“A MAIOR RECOMPENSA PELO TRABALHO NÃO É O QUE A PESSOA GANHA, MAS O QUE ELA TORNA- SE ATRAVÉS DELE.”

DESEJO SUCESSO A TODOS!

PAULINHO Solução
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Salto/SP